Microbiologia de Linguiças Caseiras in natura, Refrigeradas, Assadas e Congeladas

Autores

  • Lourena Paz Soares Nunes Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará. PI, Brasil.
  • Francisco das Chagas Cardoso Filho Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará. PI, Brasil.
  • Mikaela Lopes de Caldas Universidade Estadual do Piauí, Curso de Medicina. PI, Brasil.
  • Lidiane Mota Martins Instituto de Ensino Superior Múltiplo, MA, Brasil.
  • Lailana da Paz Soares Santos Nutricionista. . PI, Brasil.
  • Maria Christina Sanches Muratori Universidade Federal do Piauí, Departamento de Morfofisiologia Veterinária. PI, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.17921/1415-6938.2019v23n1p67-69

Resumo

A linguiça caseira é bem aceita e comercializada em todo Brasil. Mesmo pronta para o consumo, pode apresentar alguns micro-organismos patogênicos, caracterizando possível falha no seu controle higiênico-sanitário. Este trabalho teve como objetivo averiguar as condições higiênicas e sanitárias em linguiças caseiras comercializadas em Teresina, PI, e verificar as temperaturas necessárias para inativação da microbiota existente nas linguiças. Foram utilizados dez açougues de Teresina-PI, que comercializam linguiça suína caseira, recolhendo-se amostras de 400 gramas de cada e as transportando até o Laboratório de Microbiologia de Alimentos do NUEPPA/CCA/UFPI, no qual se realizaram as seguintes análises: bactérias heterotróficas mesófilas, psicrófilas, coliformes a 37 ºC  e E. coli. As linguiças caseiras analisadas estavam de acordo com os padrões nacionais vigentes, sendo que para E.coli 10,0% das amostras apresentaram valores elevados, porém  não existe parâmetro para essa bactéria. Conclui-se que a linguiça "in natura" obteve os maiores índices de coliformes, E. coli, mesófilas e psicrófilas com relação aos demais tratamentos. A refrigeração doméstica não inibiu o crescimento de coliformes, E. coli, mesófilas e psicrófilas. A cocção reduz as contagens bacteriológicas, entretanto, não inativava as bactérias. O congelamento por seis meses, inativa a E.coli e as psicrófilas e reduz a contagem de mesófilas e coliformes.

 

Palavras-chave: Coliformes. Escherichia coli. Mesófilos. Psicrófilos.

 

Abstrat

Homemade sausage is well accepted and sold in Brazil. Even ready for consumption, can present some pathogenic microorganisms, characterizing possible failure in its hygienic-sanitary control. This study aimed to investigate the hygienic and sanitary conditions in homemade sausages commercialized in Teresina, PI, and check the temperatures required to inactivate the existing microbiota in sausages. 10 butcher shops were used  in Teresina-PI that sell homemade pork sausage, collecting samples of 400 grams each and transported to the Food Microbiology Laboratory of NUEPPA / CCA / UFPI, where the following analysis was held: heterotrophic mesophilic bacteria, psichrophilic, coliforms at 37 ºC and E. coli. The homemade sausages were analyzed according to agreed national standards, and for E.coli 10.0% of the samples showed high values, however  there is no parameter for this bacterium.  The  sausage "in natura" achieved the highest levels of coliforms, E. coli, mesophilic and psichrophilic with the other treatments. The domestic refrigeration did not inhibit the growth of coliforms, E. coli and mesophilic psichrophilic. The cooking reduces bacterial counts, though it does not inactive the bacteria. The six-month period freezing inactivates  E.coli and psichrophilic and reduces the mesophilic and coliform count.

 

Keywords: Coliforms. Escherichia Coli. Mesophilic. Psychrophiles

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Publicado

2019-04-30

Como Citar

NUNES, Lourena Paz Soares; CARDOSO FILHO, Francisco das Chagas; CALDAS, Mikaela Lopes de; MARTINS, Lidiane Mota; SANTOS, Lailana da Paz Soares; MURATORI, Maria Christina Sanches. Microbiologia de Linguiças Caseiras in natura, Refrigeradas, Assadas e Congeladas. Ensaios e Ciência C Biológicas Agrárias e da Saúde, [S. l.], v. 23, n. 1, p. 67–69, 2019. DOI: 10.17921/1415-6938.2019v23n1p67-69. Disponível em: https://ensaioseciencia.pgsscogna.com.br/ensaioeciencia/article/view/3528. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos